Vinho da Semana: Dalila Riserva 2020, da Stemmari, um branco parrudo que é filho de uma casta nativa com outra francesa

O vinho da Stemmari é um corte de Grillo com Viognier – Foto de Bruno Agostini®

Se fosse um post no Instagram eu possivelmente começaria assim, com ALERTA DE NOVIDADE, escrito assim, em caixa alta, e com duas placas de Atenção (!), uma de cada lado da expressão alvissareira.

Porque este belo branco da Sicília acaba de entrar na seleção de rótulos da Casa Flora, e uma amiga levou uma garrafa para o almoço de domingo passado, na Bocca del Capo, no Leblon, quando aconteceu mais uma edição da Bocca na Porchetta, que teve participação do Nelson Soares, do Sult.

O vinho Dalila Sicília DOC Riserva 2020, da Stemmari,  é um corte de uma uva nativa, a Grillo, com uma estrangeira, a francesa Viognier. A primeira lhe dá leveza e frescor, além de notas de frutas cítricas. Já a segunda aporta corpo, e dá textura ao vinho, além de coloração dourada típica dos brancos do Rhône, de onde vem, e aromas de frutos secos, e florais.

O que se pode dizer é que deu liga, e que o casamento vai bem à mesa. No site da importadora, as harmonizações são sugeridas com aperitivos, pescados, entre peixes e frutos do mar, e queijos meia cura. Eu acrescento, ainda, o ilustríssimo porco, que era a estrela daquela tarde.

O vinho harmonizou com a fregola sarda com tutano e polvo, coroada pela porchetta – Foto de Bruno Agostini®

Provei o vinho com o sanduíche de porchetta, com salsa verde e bacon de pirarucu (que boa ideia!, Erik Nako) e com a fregola com polvo e tutano, que foi coroada por pedaços de porchetta, incluindo a pele crocante, e salsa verde. Eu ainda joguei uma pimentinha. Deu match!

O vinho reúne um pouco mesmo das duas castas: com 13% de álcool, tem aromas cítricos e florais, mostra certa delicadeza (da Grillo), mas com presença e volume de boca, com linda coloração dourada (da Viognier), trazendo sabores de frutos secos, que vão dos damascos às amêndoas, além de frutas tropicais (de ambas).

A Grillo fermenta em inox, enquanto a Viognier faz isso em barricas com três anos de uso e tosta leve, com frequente battonage nos 8 meses de maturação no carvalho francês, que resulta em notas leves de baunilha, e um corpo amanteigado e marcante.

O Cantodoto, tinto com Nero D’Avola com Cabernet Sauvignon – Foto de Bruno Agostini®

O branco forma par com o tinto, o Cantodoro, outro corte ítalo-francês, com 80% de Nero d’Avola e 20% de Cabernet Sauvignon. Provei dias depois, no Sult, e também curti. Belas novidades, boas para a comida, com natural inclinação para as iguarias italianas, caso das duas casas onde os provei.

Ambos são vendidos por R$ 160 na Sabrage, novo winebar em Copacabana, do sommelier Ettore Amendola, na cada vez mais movimentada rua Ronald de Carvalho (número 127).

 

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