No mundo da cerveja, existem estilos que se aproximam dos vinhos, por distintas razões: seja, por exemplo, pelas leveduras que atuam na fermentação; seja pela maturação em barricas de carvalho; seja pela linhagem ácida das sours, que fermentam muitas vezes com adição de frutas, e podem assim lembrar brancos, rosados e tintos.
Um desses estilos é a Italian Grape Ale, que é marcado pela utilização de uvas. A Casa Valduga, especialista na arte de fermentar a fruta, uma das maiores vinícolas do Brasil, com produção muito reputada sobretudo nos espumantes, percebeu o crescimento do interesse por cervejas artesanais, e resolveu fazer as suas, dentro da linha Leopoldina – aliás, Linha Leopoldina é o endereço da Casa Valduga, no Vale dos Vinhedos, Bento Gonçalves.
A sua Italian Grape Ale da Leopoldina já foi destaque aqui no ano passado (neste link aqui), para mim das maiores cervejas do Brasil, e digo isso confessando minha conhecida apreciação por tudo o que é da Itália, ou inspirado nela. Gostei de provar com espetada de pirarucu e com costeleta de porco preto.
Recentemente, tive a oportunidade de participar de um almoço na Churrascaria Palace, quando representantes da marca foram apresentar três desses rótulos da linha Leopoldina Reserva. Além da Italian Grape Ale já citada, sempre um grande prazer degustar, provamos a Tripel, uma cerveja cheia de corpo, aveludada e com boa carbonatação, que passou 45 dias em barricas de carvalho francês, o que contribui para a sua estrutura e leque de aromas, que vai de florais do lúpulo até os cítricos da casca de laranja, que é usada como condimento na receita, que leva ainda sementes de coentro, o que lhe entrega notas de especiarias, que lembram inclusive gengibre.
Para ela, que provamos já no final do almoço, escolhemos um prato de queijos e frutos secos, com geleias, e foi uma excelente escolha, perfeita harmonização, que realçou outra família de aromas da cerveja, os perfumes de frutos secos, como damasco e tâmara, que estavam sobre a mesa, num belo exemplo de sintonia entre a comida e a bebida.
Encerramos a nababesca refeição, é claro, com a Russian Imperial Stout, que passa 90 dias em barricas de carvalho, um torpedo escuro e denso, marcado por notas de café e chocolate amargo, algo de baunilha, com aromas de torrefação do malte, uma cerveja de textura cremosa, aveludada, e de intenso sabor, que chegou a me remeter a alcaçuz, com seu amargor marcante ao mesmo tempo em que elegante. Sublime.
Para ela, a melhor pedida é uma sobremesa chamada Olho de Gato, a mais vendida da casa, um sorvete artesanal de baunilha sobre uma cama de língua de gato feita na casa e coberto com Ovomaltine. Bingo!
Foi um senhor almoço em homenagem a Gambrinus, a celebração da zitogastronomia (não conhece o termo? Dá um Google ou Chat GPT… Brincadeira, é a arte de usar a cerveja com a comida, seja com harmonizações, seja na própria receita).
Essas cervejas, e as outras da casa, podem ser comprada pelo site da empresa: loja.famigliavalduga.com.br
Essas três custam R$ 89, neste link, assim como a Quadrupel que completa a linha – eles ainda têm uma Old Strong Ale de R$ 199 e uma Barley Wine, com 14% de álcool, de R$ 599!!!.