“Há algumas semanas atrás eu estava falando com a Jéssica (Trindade, chef da Chez Claude) sobre trocar o cardápio. Fizemos um cardápio de cozinha clássica, de cozinha de bistrô, durante os Jogos Olímpicos, em homenagem a Paris, à França. Pensei: bom, agora vamos tirar essa coisa de bistrô, e voltar à cozinha da Chez Claude. Mas, naquele momento, eu estava vendo as minhas fotos, de pratos, e aí passou pela fachada do Olympe, no Jardim Botânico. E aí, meu deu assim uma saudade, sabe? Muito tempo nessa casa, e nunca mais voltamos depois que saímos. Ai, eu falei: porque a gente não faz um festival Olympe? Com os pratos tradicionais, que marcaram os 40 anos do Olympe. Ela achou uma boa ideia, e começamos a construir em cima disso. É claro que na Chez Claude a gente já tem uns pratos tradicionais meus, como o peixe com banana, o risoto de camarão, a crepe passion… Mas, então, eu comecei a pesquisar as receitas do Olympe, que estão nos meus arquivos, e encontrei receitas que marcaram essa tradição do Olympe, do Rio de Janeiro, e talvez do Brasil. Tem o filé em crosta de açaí, a codorna FHC, em homenagem ao Fernando Henrique Cardoso, a mousse de agrião… Enfim, tem várias receitas que entraram no cardápio. Não sei quanto tempo vai durar, mas estamos lançando esse cardápio ‘Saudade do Olympe’… É isso, basicamente”.
Menu ‘Saudades do Olympe’ entra em cartaz na Chez Claude
Claude Troisgros me deu esse depoimento do aeroporto, voltando ao Rio de mais uma de suas viagens, ontem de tarde, um dia antes do lançamento do cardápio que rende homenagem ao restaurante que marcou época no Jardim Botânico, se tornando referência para jovens cozinheiros de todo o país, ao prestigiar ingredientes brasileiros como ninguém havia feito até então.
Esse menu marca também as comemorações dos 45 anos da chegada do chef ao Brasil, em 1979, um marco na gastronomia brasileira. Claude veio trabalhar no antigo Rio Palace, onde hoje funciona o Fairmont, no restaurante que carregava a assinatura do Gastón Lenôtre. A ideia era ficar só os dois anos do contrato, mas… ele acabou ficando, pra nossa sorte. (Vale a pena ler essa história no livro que fizemos em 2018: lá embaixo tem um link com a resenha sobre a publicação que ajudei a editar).
O menu ‘Saudade do Olympe’, como ele carinhosamente batizou, entra em cartaz hoje, a partir das 18h30, quando a Chez Claude abre as portas.
Acho que tive a sorte de provar todos esses pratos no Olympe, e posso dizer que esse festival também me traz lindas recordações daquele lugar.
Eu destaco, com entusiasmo, a ostra com tucupi, o tartare de atum, o crepaze de agrião, o vermelho, o pato, a porchetta e, meu preferido de todos, a codorna FHC, que não vejo a hora de voltar a saborear (só depois do G20, vou passar uns dias fora a partir de hoje).
LEIA MAIS: codorna assada inspirada em Claude Troisgros e outros grandes chefs
Deixo abaixo o menu, com uma invejinha de quem vai antes de mim.
Aproveitem!
Tenho gostado muito das minhas visitas à Chez Claude. Na última, experimentei um filé ao poivre que estava muito bom (a partir de hoje, também, esse prato clássico da cozinha francesa vai ser servido com prime rib).
Fica a dica: #vaipormim
O Paladar agradece.
ENTRADAS
SERVIÇO
Chez Claude Rio: Rua Conde de Bernadotte, 26 lojas Q e R, Leblon. Telefone: (21) 3579-1185. Instagram: @chez.claude Site: www.chezclaude.com.br
LEIA MAIS: aprenda a fazer o estrogonofe do Claude Troisgros
– Livros para comer (ou beber) – Claude Troisgros: Histórias, dicas e receitas