Sempre me perguntam o que pedir na Palace. Depende, mas o mais legal, para mim, é iniciar com petiscos de boteco, entre frios e quentes. Depois ir explorando o universo das carnes, começando pelos pescados e cortes de porco até ir passando por toda a geografia bovina, garfar umas caças, como pato, até culminar com o cordeiro. Aí, eu me sinto mesmo é numa boa churrascaria.
Quando penso no conjunto da obra, nas saladas e outras guarnições que acompanham as carnes, naquele ambiente chique, na trilha sonora que chama a atenção pelo bem gosto, quando reparo no serviço atento e educado, eu percebo que estou em um grande restaurante. Que está completando 70 anos neste mês de dezembro. E sempre conseguindo se atualizar, através de incansável busca pelos melhores ingredientes, por raridades, produtos de edição limitada, priorizando sempre o artesanal, o brasileiro, o carioca, quando possível.
Isso é a Palace.
Já tenho um manual de instruções, com itens que nunca faltam no menu, como as ostras, os bolinhos de bacalhau e as casquinhas de siri, que me fazem sentir em um bom boteco.
Também retornou o arenque defumado, servido com maionese de urucum e a sardinha portuguesa. E agora temos na tábua de queijos o excelente Arupiara, da Fazenda Carnaúba, em Taperoá, na Paraíba – produto idealizado por Ariano Suassuna, simplesmente, e ainda tocado pela família do escritor.
Nesta seleção de petiscos eu poderia muito bem estar falando da Adega Pérola, porque tem tudo isso aí por lá. Bolinhos de bacalhau, ostras, porções de sardinhas e arenques, as azeitonas marinadas.
Mas essa lista eu preciso atualizar mensalmente, porque sempre tem novidades entrando no cardápio, e alguns cortes que estão sendo testados, e mesmo ingredientes raros e sazonais, em lotes muito limitados.
Quando falo de carnes minha percepção sobre a casa já muda: agora estou em uma das melhores churrascarias do país, o tipo de comida mais amada pelos brasileiros e pelos estrangeiros que nos visitam. Uma refeição em um restaurante do tipo é obrigatório no roteiro turístico pelo Rio..
Assim, acompanhei nos últimos meses a chegada às grelhas da chuleta bovina, do T-bone de cordeiro, do porco preto e da barriga suína ao melado com tomilho, por exemplo. Agora estou no aguardo do Bone Steak, um corte do filé mignon com osso, que está sendo produzido por um frigorífico a pedido da casa.
Para encerrar, tenho cumprido um ritual desde que voltaram ao bufê as castanhas e frutos secos, uma boa variedade de geleias e tipos de mel e alguns novos queijos, como um bom Canastra. Antes da sobremesa, quando a peço, faço um pratinho de pre-desert. Melhor ainda se for com uma taça de Madeira…