A Bélgica é um dos países onde melhor se come em todo o mundo. Tem um índice de estrelas Michelin per capta entre os maiores. Senão o maior, caso de Bruxelas. Apesar da tradição cervejeira são grandes importadores de Champanhe, por exemplo, e de outros vinhos caros.
Mesmo assim, ninguém aqui no Brasil dá muita bola para a cozinha belga. Mas os franceses dão… Existe uma famosa e imensa rede chamada Léon de Bruxelles, especializada no prato, e espalhada por todo o país, incluindo as áreas mais nobres de Paris, como a Avenue Des Champs Elysées. Deixo o link para o site: www.restaurantleon.fr
O chef Fred de Maeyer, dos melhores do Rio, é a prova de que belgas cozinham muito.
O prato mais representativo da cozinha do país atende pelo nome de moules et frites, ou simplesmente moules frites. São mexilhões cozidos em caldos perfumados, servidos com batata frita. Achou estranha a combinação? Então, só digo uma coisa: vai provar.
Nem é preciso dizer que Fred é craque no preparo desta receita, desde os mexilhões embebidos em vinho, manteiga, alho e outros temperos até as batatas fritas, especialidade belga. O seu caldo leva cubinhos de cenoura, abobrinha e tomate. Use as conchas como se fosse colher para tomá-lo como se fosse sopa.
E peça o aioli da casa, muito bom, e que fica excelente, tanto com os mexilhões quanto com as fritas. Tem que pedir, eles não cobram, mas não está incluído. Fica a dica. Coma com a Witbier refrescante da cervejaria Backbone, que harmoniza perfeitamente.
Além de sua Frédéric Epicerie, no Leme, há outros lugares excelentes para saborearmos o prato.
A começar pelo próprio Delirium Café, em Ipanema, referência em cultura cervejeira, um bar ícone da Bélgica, nascido na Grand Place, em Bruxelas.
Ali é sempre uma das melhores pedidas do menu. Harmonize com uma cerveja ácida, ou com certa salinidade, como Lambic, Geuze ou a brasileiríssima Catharina Sour, com toque de frutas – o primeiro estilo nacional consagrado pelos guias da bebida. Quem me sugeriu isso e me deu uma aula de harmonização em minha última visita foi sensei, do judô e da cerveja, Sergio Siciliano Simon, sommelier da casa. Procure-o que ele vai te ajudar a escolher o que comer e beber.
Fica excelente assim, com sours, inclusive porque, ao contrário dos demais, que são feitos em caldos e servidos quentes, esta versão é fria, à vinagrete, cheia de acidez e frescor. Como essas cervejas. Vai por mim.
Outro porto seguro para fisgar um belo prato de moules frites é no sempre infalível Escama, do craque Ricardo Lapeyre. Vem com uma espécie de aioli, excelente, o que torna tudo melhor (foi da minha experiência ali que me fez pedir um aioli na Frédéric Epicerie). É tão bom que você vai fazer como eu (e não tenha vergonha): bebi a tigela com o resto do molho, não menos do que algo divino. Para ler sobre o meu almoço lá, clique aqui.
Para fechar este quarteto fantástico eu me lembro ainda, e recomendo, do Farrapos, pequeno e sensacional bar de vinhos nas franjas do Bairro Peixoto, em Copacabana. Lugar imperdível este, que já foi assunto de post aqui.
Ao comentar com um amigo respeitável, que conhece bem os restaurantes do Rio, ele me recomendou provar o que é servido no Café 18 do Forte. E, ao postar meu jantar na Frédéric Epicerie, ontem, um outro amigo que sabe tudo de comida, disse que no Le Vin também fazem excelentes moules frites.
Confio e vou provar para aumentar esta deliciosa lista.
Já quero voltar em todos!
P.S.: A título de curiosidade, no menu degustação “Mar e Montanha”, em comemoração dos seus 4 anos, o Malta Beef Club está servindo uma versão do moules frites – soque com TUTANO!!! Apenas provem. Para ler a reportagem, clique aqui.