As quatro massas romanas: com origem comum, mas sabores diversos, receitas estão na moda em todo o mundo

Carbonara impecável do Alloro al Miramar, a melhor do Rio – Foto de Bruno Agostini®

O físico Albert Eistein virou meme há algum tempo, por conta de um quarteto de massas romanas que andam na moda, tanto na Itália quanto no resto do mundo: cacio e pepe, gricia, amatriciana e carbonara. O criador da Teoria da Relatividade também organizou o diagrama que explica as diferenças entre eles, com a simples entrada de um ingrediente, mas que é determinante para mudar a aparência, a textura e o sabor das receitas. Respeito muito quem faz: é difícil de verdade dar o ponto, sobretudo no cacio e pepe, emulsionando o queijo com um pouco de água do cozimento, e na carbonara, cuja textura deve ser cremosamente aveludada, sem utilização de subterfúgios como creme de leite.

Reprodução da internet

O preparo das quatro é a mais pura arte da cozinha, exige técnica, atenção, ingredientes de qualidade e ponto exato de cozimento da massa, que tradicionalmente é espagueti, bucatini ou tonnarelli, mas também é comum ver o preparo com penne, rigatoni e até fusilli.

Tonnarelli cacio e pepe, por Renato Ialenti (hoje na Mamma Jamma) – Foto de Bruno Agostini®

A receita mãe de todas, naturalmente, é a mais simples: cacio e pepe, ou seja, queijo (em dialetos romanos) e pimenta.

O guanciale, ingrediente raro, produzido pela charcutaria Porco Alado, de Nova Friburgo: excelente – Foto de divulgação®

Mas, caso você acrescente  guanciale, a bochecha de porco curada, vira alla gricia.

Espaguete alla gricia, no Nido: raridade – Foto de Bruno Agostini®

Das quatro, é a mais rara de todas. No Rio, sei de dois lugares que têm alla gricia no menu regular: os excelentes Nido, no Leblon, e Gávea Beach Club, em São Conrado.

Certa vez, quando ele estava no L’Ulivo, em Copacabana, me serviu um belo alla gricia. Foi a primeira vez que provei o prato no Brasil. Perguntei se ele serve no Alloro al Miramar, outra referência em cozinha italiana, para mim:

– Faço sim, difícil alguém pedir. Inclusive, vão entrar vários clássicos no cardápio – anuncia o italiano, um químico que cozinha muito. (Para ler um post sobre sua carbonara, e muito mais, clique aqui).

 

Da Cesare al Casaletto, em Roma, e seu excelente e famoso bucatini alla’matriciana – Foto de Bruno Agostini®

Então, continuando a metamorfose do prato, há mais dois caminhos: se for colocado tomate, é all’amatriciana.

Nelson Soares, do Sult, e sua carbonara, sem excelente: como não ficar feliz diante de um prato desses? – Foto de Bruno Agostini®

Mas, no caso de ser acrescentado ovo, se torna a mais famosa de todas as versões, tão vilipendiada por aí, com utilização de creme de leite; la carbonara!!!

Se quiser ser purista, nunca, jamais, em nenhuma hipótese, troque o guanciale por bacon, que é defumado, e foge da fórmula original. Só é admissível a pancetta, que é a barriga de porco, cujo sabor é mais próximo da bochecha, pois também recebe sal, pimenta e ervas em seu processo de cura e conservação.

Rudy Bovo, Nido, faz três, a única que não está no menu é justamente a mais popular, a carbonara. Certamente, a pedidos, ele faz.

Agnolotti de javali cacio e pepe do Grado: prato mais-que-perfeito – Foto de Bruno Agostini®

Algumas versões conseguem ser melhores que as originais, caso do agnolotti cacio e pepe do Grado.

Carne assada, seu molho e a massa cacio e pepe, no Irajá Redux: que alegria é comer isso – Foto de Bruno Agostini

E a carne assada com o mesmo molho, do Irajá Redux. (Para ler um post sobre este prato, clique aqui).

Acho as duas excelentes.

Até pizza inventaram, e é boa. Os primeiros a fazerem, que me lembre, foi a turma da Cia Tradicional do Comércio, na Bráz.

E você, curte essas quatro clássicas massas romanas?

 

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