Mas, você conhece a cozinha nikkei?
Aqui no Brasil, o termo é uma denominação em língua japonesa para os descendentes de japoneses nascidos fora do Japão – ou para japoneses que vivem regularmente no exterior (a segunda geração é chamada de sansei).
Mas, no Peru a palavra ganha sentido gastronômico, representando uma culinária que funde Peru e Japão – houve grande imigração no século passado. Portanto, nikkei é um restaurante nipo-peruano, como o Maido, em Lima, e o Osaka, famosa (e pequena) rede de alta categoria, com casas em Lima, Buenos Aires, Santiago, São Paulo, Quito, Bogotá e Miami (comi muito bem nas unidades das capitais argentina e chilena).
Aqui no Rio, o único exemplar desta escola culinária que eu conheço é o Kinjo, em Copacabana, inaugurado no início do ano passado. Fica na quadra da praia, na Rua Divivier, vizinho ao Beco das Garrafas.
Este sushi bar peruano que eu adoro e recomendo acaba de renovar o seu menu, trazendo influências latinas e asiáticas, como é muito comum acontecer em Lima, cidade voltada ao Pacífico e em ponto central nas conexões latino-americanas (áreas, como relevante hub de aviões; e humanas, como mais importante destino gastronômico da América Latina, pelo protagonismo que o país ganhou nos últimos 20 anos, a ponto de ter o Central considerado o melhor restaurante do mundo hoje, pelo ranking da 50 Best). Lima é, desde sempre, uma cidade multicultural, multiétnica e multifacetada – o que faz dela um destino único, o que contribui também muito para suas imensas virtudes como destino gastronômico.
Neste caldeirão de referências, encontramos no novo menu algo de México e da China.
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Mas, voltemos ao menu: vem justamente do México e da China, precisamente, duas dessas novidades, que estão entre os destaques do menu que foi renovado há duas semanas: primeiro, indico o taco que pica, uma massa de milho crocante que recebe apimentado recheio, de atum com abacate; perfeito para ser apreciado na companhia de um bom Pisco Sour, como o que é feito na casa, explorando a boa variedade de destilados do bar, sempre comandado por peruanos importados pelo chef Marco Espinoza, que em pouco mais de dez anos no Brasil já importou mais de 100 profissionais de seu país para trabalharem aqui, tanto na cozinha quanto no bar e no salão.
Depois, sem medo de errar, recomendo o pato asiático, com o peito grelhado perfeitamente, servido com molho de mel e gengibre, guarnecido por um arroz de curry, picante na medida exata, com amendoim e abacaxi. Incrível, e aqui é possível pedir um bom vinho branco para fazer cortesia ao prato, que tenha acidez e ligeiro açúcar residual, se possível, ou algo mais suntuoso, como um Chardonnay barricado, amanteigado e cítrico, como é a receita.
Também é novo, e altamente recomendável, o polvo parrillero, braseado na churrasqueira, com molho asiático, com batatas, furikake e cogumelos salteados.
Japonês não costuma a pedir sobremesa, mas peruano sim: que tal um crème brûlée de matcha com sorvete de manga e crocante de gergelim que faz a gente terminar de modo refrescante, do mesmo modo que começou: com um Pisco Sour. Pode até pedir mais um pra acompanhar o doce, que fica bom. #vaipormim
SERVIÇO
Kinjo: Rua Duvivier 21, Copacabana. Instagram: @kinjonikkei