É Hoje: terça é dia de ostras selvagens no Mitsubá!

As ostras gorduchas de Santa Catarina, com ponzu, nabo picante e cebolinha – Foto de Bruno Agostini®

Há uns dois meses o Breno Naar, chef do Mitsubá, me fez um convite que foi como uma intimação.

“Estou com umas ostras aqui, toda terça. Queria que você provasse”.

Mesmo que não tivesse um jantar marcado no Irajá, naquela noite iria de qualquer maneira até o Leblon para conferir a novidade. Eu logo imaginei que seria algo especial, sem falar que ir ao Mitsubá é dos mais prazerosos programas que alguém pode fazer no Rio – foi onde eu comi, por exemplo, o melhor prato de sushis da vida, não faz nem muito tempo.

Rod em ação no bar do Mitsubá: na casa desde outubro passado – Foto de Bruno Agostini®

Eu nem me sentei, fiquei mesmo no balcão, de pé, ali no bar. Porque também fui naquele dia apresentado a outra novidade da casa: a chegada do barman Rod Werner, bom e velho conhecido, com passagens por Lasai, Oro e Bazzar, um dos maiores craques da coquetelaria carioca.

Fui brindado, antes de mais nada, por um drinque refrescante e cítrico, como havia pedido.

O Gin Tônica do Rod, preparado com destilado japonês – Foto de Bruno Agostini®

Foi até coincidência, porque harmonizou perfeitamente com o prato de ostras, que foi servida no tempero japonês, de ponzu, nabo apimentado e cebolinha.

O molho não me impediu de notar o sabor límpido, salino e fresco das ostras, untuosas, ainda com heranças do inverno que já acabara, melhor temporada para esses mariscos. A concha era grossa e pequena, e lá dentro reluzia uma ostra espessa e perfumada, alta, gorda, refrescante.

Realmente impressionado com a qualidade delas, perguntei de onde eram.

– São ostras selvagens, de Santa Catarina. Quem está trazendo é o Marcelo Malta – revelou o Breno.

Elas também podem ser servidas frescas, sem adereços: recomendo provar! – Foto de Bruno Agostini®

Eu sabia que era algo especial. Eu, nunca comi nada igual no Brasil. São ostras menores, como mais gosto, encravadas numa concha bem côncava e com diâmetro pequeno, que esconde essa pérola em forma de molusco, de sabor apurado e nítido, com notável frescor.

Em dezembro, em festa de final de ano do site You Must Go, da querida amiga Renata Araújo, voltei a provar a iguaria (deixo aqui os links de minha coluna, Enoteca YMG). Desta vez, além da versão com o molho, saboreei ela ao natural, sem nada, nem um limãozinho, algo que não costumo a usar em ostras frescas.

Confirmei a impressão inicial com ainda mais clareza: a melhor ostra que já comi no Brasil.

Breno Naar abre e prepara as ostras no balcão do Mitsubá – Foto de Bruno Agostini®

Escrevi assim no Instagram @brunoagostinifoto:

“Terça de Ostras no Mitsubá.

Foi a melhor ostra que já comi no Brasil. São selvagens, de Santa Catarina, trazidas pelo mestre @maltamarcelo

Por enquanto no @restaurantemitsuba só tem às terças! Aproveitem. Vai por mim.

Diz aí, @brenonaar. ‘Todas as terças recebemos ostras nativas catadas (não são de aquacultura) direto de Santa Catarina. O grande diferencial dessas ostras está no sabor mais intenso, com menos gosto de água do mar e maior teor de gordura, além disso, o tamanho delas também é um pouco menor. São servidas frescas com molho ponzu, como recomenda o chef Eduardo Nakahara, ou com o limão da preferência do cliente (Galego, Taiti ou Siciliano) ou servidas quentes empanadas em farinha panko com Molho Tonkatsu ou em Tempurá.’

Porção com 6 unidades (R$ 62) ou meia porção (R$ 31).

Recomendo. E muito. Com ênfase.

@homerocassiano parabéns!”

Ostras do novíssimo Sabor das Águas, de Marcelo Malta – Foto de Bruno Agostini®

Semana passada, na correria entre o Natal e o Ano Novo, estive novamente no Leblon. Desta vez para visitar o amigo Marcelo Malta, no seu novíssimo Sabor das Águas. Mais uma vez comi essas ostras verdadeiramente especiais. Foram servidas de duas formas. Uma mais usual, também com molho ponzu, sublime. Mas eu me apaixonei mesmo foi pelo tempero brazuca, que brilhou no vinagrete de caju que coroou três das seis conchas de minha porção.

Porque, como disse outro dia: o mar do Rio está para peixe. E esse tal de Malta é um dos responsáveis.

E MAIS:

Cozinha em Revista: Vai por mim, o novo Mitsubá, no Leblon, está melhor que antes

O Mitsubá não tinha… – Novidade no Leblon ganhou várias virtudes (está ainda melhor)

Em 2022 o mar do Rio está para peixe: finalmente!

 

 

 

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *