Cozinha em Revista – O mar à mesa: uma visita ao novíssimo Ocyá, na Ilha Primeira, na Barra

O atum curado por 11 dias – Foto de Bruno Agostini®
ALERTA DE NOVIDADE*
Cumprindo o prazeroso dever de informar sobre os melhores lugares para se comer nesta cidade de São Sebastião, venho por meio deste post falar a respeito de uma novidade fora-de-série: restaurante Ocyá (@ocya.rio) do chef e pescador Geronimo Moathuel (@geronimoathuel). O restaurante fica junto às águas que são o fio-condutor do cardápio, na Ilha Primeira, junto à Gigoia, no início da Barra, com fácil acesso a partir tanto da Ilha dos Pescadores quanto do cais perto do Barra Point, ao lado do posto Shell, pertinho do Metrô, onde aliás também encontramos o serviço de barcos que levam até as ilhas, em seus diversos pontos de desembarque, como seus famosos bares e restaurantes, como o Bar do Cícero, o Venne e o Laguna. A lista ganhou agora um endereço que promete virar referência. O Ocyá tem tudo para bombar em 2022, e ser uma das novidades deste verão, que está cheio delas (Chanchada, Dos Perros, já resenhados aqui, entre outros).
O chef, nascido em Campos do Jordão (SP) e criado em Vitória, entre pescadores – Foto de Bruno Agostini®
Resumindo: um espetáculo, você precisa conhecer. Vai por mim. Reserve via Instagram @ocyar.rio ou no WhatsApp (21) 99397-8371.
Aprofundando o assunto, digo que este é mesmo um lugar especial, que trabalha os pescados de maneira certeira (menu no fim do post). Lindo foi estar lá pela primeira vez neste Dia de Iemanjá, 2 de Fevereiro, Dia de Festa do Mar. Afinal, a gente só chega de barco, reverenciando as águas. É uma casa marinha, junto ao Canal de Marapendi. Está vendo o barquinho que aparece junto ao ombro esquerdo do chef? É dele, e com esta lanchinha ele pesca todos os dias, saindo pelo canal junto ao Quebra-Mar, onde há uma colônia de pescadores. Ele vai ao mar, atualmente, em busca de lulas, que estão entre as estrelas do menu. Infelizmente, na quarta passada não tinha, por isso, eu digo, desde já que vou voltar urgentemente, para este petisco, e muito mais.
O pão de alho com camarão, com crustáceos médios e um excelente sabor de bisque – Foto de Bruno Agostini®
Ali, a gente é que recebe as oferendas, não só Iemanjá, e Todos os Santos da Bahia e das baías.
Dá vontade de comer o menu inteirinho. A casa não tem nem um mês: abriu dia 7 de janeiro.
Nesta primeira e aprazível visita, provei uns petiscos, começando por um pão de alho com camarão,  com recheio que mostra o sabor de um bom caldo de base, tipo bisque, com queijo e farofa de panko, em bom pão, tudo assada na brasa, que arde com força na cozinha, parte aberta e outra envidraçada, assim como a câmara fria, onde maturam vários peixes.
O chef mora na parte de cima da casa, muito simpático local – Foto de Bruno Agostini®
Fora isso, o lugar é um charme, rústico, arborizado e com bem cuidado no acabamento paisagístico e de decoração. É desses lugares que nos dão vontade de voltar todos os dias. e ficar por lá a tarde toda.
Detalhe do bar, à sobra das árvores que hospedam bromélias e barba-de-velho, entre outras plantas – Foto de Bruno Agostini®
O restaurante abre de quarta a domingo, sempre a parte do meio-dia (quarta e quinta, até às 17h e nos fins de semana até 18h). O Instagram deles tem informações bem completas, e é bem elegante e atrativo.
A linguiça de peixe é muiro saborosa, temperada com urucum e cebola, e servida sobre cebola salteada – Foto de Bruno Agostini®
Depois, linguiça de peixe com urucum feita na casa (o cara é fera na cozinha, em breve vou lá novamente e conto mais sobre ele neste site).
O atum, servido em forma de tartare e de sushi – Foto de Bruno Agostini®
Então, o chef sugeriu a meu pedido o atum maturado por 11 dias. Se liga na foto de abertura, coisa linda. Serviu em forma de grosso sashimi e em tartare desses de técnica japonesa, de raspar a carne com colher. O chef sabe tudo de peixes, e cresceu junto a uma comunidade de pescadores em Vitória.
– É raro a gente ver um açougueiro com uma restaurante de carnes, aqui no Brasil. No exterior é mais fácil. O mesmo vale para um peixeiro, pescador, em relação a uma casa de frutos do mar. Eu sei trinchar, faço isso desde criança. Tento explorar ao máximo o peixe – diz o chef, que tem uma grande câmara de maturação, que guarda dourados, atuns e outros peixes, para concentrarem sabores e afinarem a textura.
Lindo mesmo seu trabalho, meticuloso.  Usa uma brasa forte, para o preparo de alguns pratos, na parrilla ou no forno a lanha, ou uma cozinha anexa e envidraçada, que fica junto ao rancho que guarda equipamentos de pesca. Não é historinha de pescador. Ali tem mesmo rede e anzol.
– É muito bom trabalhar com essa vista – celebra um dos cozinheiros, na cozinha nova, limpa e arejada, o que é uma raridade, e também muito bem equipada.
O dourado, assado na brasa forte, com a pele crocante, suculenta e saborosa – Foto de Bruno Agostini®
Mas o gran finale foi de fato um encerramento triunfal: dourado maturado, com escama serrada, de modo a preservar a pele, sua textura e gordura. Um vistoso retângulo vai brasa brasa forte, prensada para ganhar uniformidade, textura e beleza. A pele vem pururucada e crocante, e a carne lembra tataki e sashimis. Junto, uma farofa fria, receita da avó. É prato principal, mas sugiro que, se não for o caso, peça assim, como na foto 3 (olha o vídeo, segundo slide do post). Versão aperitivo. Ele vai fazer, e já deve incluir na lista de entradas. Peça com farofa. Prepare-se pra chorar.
Em breve, no site @menu_agostini um pouco mais desta história.
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* Este post foi escrito para o Instagram @brunoagostinifoto (segue lá).
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