Ontem escrevi sobre pratos de bacalhau, listando os melhores lugares da cidade para apreciá-los, e são muito, honrando nossas raízes lusitanas.
Mas, como toda gente sabe, bacalhau não é peixe…
Então decidi listar alguns dos lugares para incríveus do Rio para explorar as delícias do mar. E do Rio Amazonas, e afluentes, porque o excelente Pescados na Brasa não poderia ficar de fora de mais uma #selecaocarioca com #omelhordorio
Nesta Cidade Deliciosa, não são muitos os endereços especializados no assunto. Mas o número vem crescendo, e engloba muitas subcategorias.
Começando com o ícone do ramo, o italiano Satyricon, que traz o estilo mediterrâneo para Ipanema. Um #menuagostini ideal ali é simples como são as melhores coisas da vida: começa com o monumental Gran Piatto di Mare, uma seleção de “crudi” e saladas, com tartares, carpaccios e conservas de pescados. Em seguida, os lagostins chapeados, abertos ao meio e depois o pargo ao sal grosso, receita que Miro Leopardi trouxe pro Brasil. Miro era a personificação da cada fundada em Búzios em 1982, e eu não imaginava que o Satyricon sobreviveria à sua morte, mas a cozinha continua no mesmo altíssimo nível de sempre, posso atestar por algumas visitas, e depoimentos de amigos que entendem do assunto.
Filho da pandemia, o Escama é sonho antigo do craque Ricardo Lapeyre, o Zico dos molhos, cozinheiro com fundamentos sólidos na cozinha francesa. O que pedir ali? Deixe nas mãos do chef. Mas digo que moules frites, e os pescados na brasa que arde forte na cozinha são imperdíveis: vá no polvo, nos lagostins e em algum peixe com o inesquecível molho de Riesling, cremosa emulsão que nos leva ao Paraíso.
Falando em Pescados na Brasa, não poderia esquecer desta joia paraense do bairro do Riachuelo, que entrega mais do que cobra. Serve pratos fora-de-série de série, a preços extremamente convidativos. Vá sem medo de errar nos peixes, no caranguejo e no camarão, tanto em forma de petisco como de prato. Pastéis excelentes, tacaca de gemer, caranguejada digna de profissão tipo Círio de Nazaré e pintado na brasa emocionam. Nunca jamais em nenhum hipótese deixe de pedir o arroz paraense. #vaipormim
Finalizo esta lista passeando pela Barra, bairro com tradição neste quesito marinho, historicamente.
Foram duas novidades abertas esse ano, que fomos conferir em primeira mão pelo trabalho de embaixador carioca da #quindalixa, excelente produtor de vinhos do Minho, com vinhos que são dos melhores para peixe e frutos do mar: o Ocyá, do chef-mergulhador-pescador Gerônimo At
huel, que cozinha muito, pra resumir a questão. Faz notável trabalho, maturando seus peixes. Peça para conhecer a câmara fria. E bata um papo com o chef, que dá aula de pescados, é catedrático no assinto. Prove o atum, servido feito sashimi. E também todo o resto, ou o máximo possível. A lula recheada é fantástica.
E o que têm em comum Escama, Pescados na Brasa e Ocyá? Todos trabalham com pescados na brasa. Isso faz diferença, e o mesmo acontece na novata Peixaria Mocellin, junto ao Quebra-Mar, que foi inaugurado esses dias. Peça a chapa do mar e seja (muito) feliz.
Falando em brasa, outra casa que é referência em pescados, para mim, é a Casa do Sardo, em São Cristóvão. Ali, o negócio é pedir carpaccio de polvo com bottarga, massas ao pomodoro, vinho branco e frutos do mar, além dos peixes, chapeados com Vernaccia e/ou azeite de zimbro. Bravíssimo: ele vai colocar uma churrasqueira na cozinha.
Falando nisso, fecho esta marítima lista com dois ibéricos, o Venga Chiringuito, em Copa, e o Boteco e Galeto Rainha, no Leblon, que também têm churrasqueiras.
No primeiro, vá nas parrillas de pescados, diretamente da Colônia de Pescadores vizinha, no Posto 6. No segundo, nos tentáculos de polvo de bom calibre. Peça alho adicional. Regue com azeite e pimenta. Guarneça com arroz de brócolis e crocantes fritas portuguesas. É a Glória. Salve, Rainha!
Amém.
Uma boa Páscoa a todos!