Assim como resumimos no post anterior, listando cinco novidades testadas e aprovadas – com louvor – na temporada de 2020 no Rio, agora ampliamos a lista (há vários links ao longo do texto, em cima do nome dos lugares, ou indicados por parênteses, quando não as duas coisas). São mais algumas operações inauguradas no ano passado e outras apostas para 2021).
No apagar das luzes de 2019 abriu as portas o Sult, em Botafogo, e logo apostei que seria das grandes novidades da temporada (para ler, clique aqui). Era dezembro, e a casa funcionou em sistema de soft opening. Oficialmente mesmo, foi em janeiro que este italiano moderno, com cozinha afetiva e excelente carta de vinho, foi inaugurado.
Estava prevista para março a inauguração do Gajos d’Ouro, sobre o qual também já escrevemos aqui, esta reencarnação do Antiquarius (que começou serviço de delivery), onde tive uma das melhores refeições do ano. Acho simplesmente um lugar imperdível, assim como o Sult.
Teve tijucano reclamando, mas o fato é que o novo Mitsubá, no Leblon, está ainda mais sensacional do que já era. Como explicamos as razões neste post aqui, e também neste outro.
Um dos chefs que tiveram coragem para investir em tempos de pandemia, Pedro de Artagão fez um golaço ao inaugurar o Boteco Rainha, também no Leblon, onde transitamos entre as cozinhas carioca e lusitana, que aliás são primas, através de delícias como caldinho de frutos do mar, torresmo, empadas, sardinha frita, frigideira de pescados (foto lá da capa do site), bacalhau a lagareiro e camarões à Ramiro, este último em homenagem ao clássico boteco de Lisboa. (Ainda não fui, mas seguindo filosofia parecida com à do Rainha, e também no Leblon, a Tasca Miúda é dos lugares que mais quero visitar atualmente, assim como o bar de coquetéis Liz, no mesmo bairro).
O chef também transformou o italiano Al Fresco, no Rio Design Leblon, no excelente Irajá Redux, mudança que noticiamos aqui em primeira mão.
Neste outro post falo um pouco mais do menu de lá.
Antes de abrir seu bar luso-carioca, Artagão lançou um serviço de delivery de estrogonofe (prato que é tendência reforçada na pandemia, como dissemos aqui neste post). Maior sucesso, mas eu ainda não pedi.
Outro cozinheiro que sou fã que expandiu os negócios em ano de pandemia foi Marco Espinoza, que lançou dois serviços de delivery com excelente cozinha, Meu Galeto e Cantón.
O primeiro deixa clara a especialidade logo no nome, o franguinho clássico carioca mas com tempero asiático-peruano; e o segundo é de cozinha chifa, um cruzamento de gastronomia chinesa com a peruana.
Fora isso, abriu duas filias do Lima: uma na Tijuca e outra em Niterói. Quer mais? Semana que vem o Cantón deixe de ser só uma “dark kitchen”, outro termo da moda, para ganhar um espaço lindo, em Copacabana, ao lado da Churrascaria Palace. Chique.
Já nos últimos dias de dezembro foi inaugurado o ótimo Brewteco, ocupando o casarão que por anos abrigou o Hipódromo. De todos os citados, é o único sobre o qual ainda não escrevi aqui (em breve, porque o post linkado acima era só anunciando a novidade).
Fora isso, mais do que nunca (deve ser pela pandemia) tivemos uma imensa troca de cadeiras entre os chefs, e também surgiram duas tendências: pratos para serem finalizados em casa e porções fartas, para a família, podendo ser até para seis pessoas. E as dark kitchens. E os espaços colaborativos. Além do excelente Be + Co, em Botafogo, onde reina Monique Gabiatti, cheia de novidades em 2020, foi inaugurado ali perto o Boxx (reunindo “gastronomia, arte e cultura”); e no finalzinho do ano o Taste Lab, no NorteShopping.
O Fasano al Mare fechou, e migrou para o seu lugar o Gero (no antigo endereço abriu uma casa dedicada a sanduíches, o Panini); o Bazzar se reinventa de várias formas, sempre antenado, pelas mãos de Demian Montecer, que chegou ano passado ao restaurante de Ipanema, trazendo frescor ao menu, além dos produtos e dos pratos para serem finalizados em casa – tudo sob a batuta de Cristiana Beltrão, restauratrice que virou colunista da Veja Rio durante a pandemia (simplesmente RECOMENDO MUITO a leitura, neste link aqui). Teve o Empório Lasai, na mesma linha do Bazzar Procedência Sudeste, com uma linha de produtos próprios e também uma criteriosa curadoria de itens gastronômicos.
Teve o começo do delivery da Palace, algo inédito. Vimos outros nascimentos lindos, como o Azul Collab com seus vistosos pratos para finalizar em casa. Ronaldo Canha deixou o Quadrucci depois de anos para consultorias e afins e entre elas está o quiosque Qui Qui, em São Conrado, que logo em seguida ganhou como o melhor do Rio pela Veja.
Para este 2021 que acaba de começar teremos mais novidades promissoras, com o Bão, que já vai abrir, do empresário Menandro Rodrigues, do excelente japonês Haru Sushi Bar, em Copacabana, outro que investiu na pandemia. Primeiro, em setembro passado, abrindo um espaço especial para degustação, no andar de cima do restaurante (sob reserva). Cuidando das panelas do Bão, também no mezanino da galeria, um restaurante ítalo-mineiro, de “Cozinha Afetiva”, como se definem, está o craque Kiko Faria, cuja comida sempre deixa saudades.
A rede de pizzarias Mamma Jamma com tirou Renato Ialenti do Alloro al Miramar, para ser chef executivo do grupo. Apostam em menus de trattoria. Ialenti é dos melhores cozinheiro em ação no Rio, como Nello Cassese, do Copacabana Palace explica neste link aqui, dentro da coluna Cama e Mesa, sobre restaurantes m hotéis, assim como essa Rio de Janeiro a Dezembro sempre publicada às sexta aqui neste Menu Agostini, revista digital de gastronomia e afins.
O chef Ricardo Lapeyre vai inaugura este ano também o Escama, uma espécie de Avant Comptoir de la Mer, em Paris, do chef Yves Camdeborde, como ele me explicou certa vez, no lugar onde era o Venga Taberna, no Jardim Botânico. (Se quiser saber mais sobre este leitão da foto e a cozinha de Lapeyre, clique neste link aqui).
Fora outras coisas que já soube mas não me lembro no momento. Fato é que teremos muitas novidades neste 2021 na gastronomia carioca. Acompanhe o site para saber.
E, quem lembrar de novidades legais no ano passado ainda não citadas aqui neste post, por favor coloque as dicas nos comentários.
Obrigado.
E MAIS:
– Meu amigo de longa data Juarez Becosa, colunista da Veja Rio, fez um ótimo post no dia 4 passado: ‘Os achados de 2020: novos bares que brilharam no ano que nem começou – Uma lista com cinco botequins e restaurantes populares que, contrariando a tendência geral de crise e falências, cresceram e apareceram em 2020’
– Menus em Casa: cardápios de pandemia no conforto do lar
1 comentário
Oi Bruno. Para lembrar que David Jobert abriu seu terceiro restaurante no Rio, shopping Village Mall. E também para elogiar o Artigiano do jardim de alah, cada vez melhor. As flores de abobrinha recheadas e com molho cremoso de alicce são imperdíveis